A Constituição Nacional, promulgada no dia 20 de maio de 2002, elevou o tétum à posição da língua co-oficial. Dado o papel do tétum como a língua veicular de uma nação cujos cidadãos falam dezasseis línguas diferentes, os dirigentes de Timor-Leste tornaram a padronização do tétum uma das suas prioridades no esforço atual de construção da nação. Para este fim, foi inaugurado o Instituto Nacional de Linguística (INL) da Universidade Nacional Timor Lorosa´e em 2001, tendo sido dada pelo governo de Timor-Leste ao INL a importante tarefa de coordenar a estandardização da língua nacional.
A política de planeamento linguístico do INL rege-se por dois princípios essenciais:
· o reconhecimento do tétum-praça como a base da língua literária nacional;
· a exclusão da linguagem literária padronizada das efémeras estruturas e palavras importadas do malaio-indonésio, dando-se preferência aos termos tétum genuínos de origem indígena ou portuguesa.
A presente gramática pedagógica do "tétum nacional" foi redigida em conformidade com estas linhas de orientação e, para esse fim, faz uso da ortografia fonémica padronizada elaborada pelo INL para o tétum e para as quinze línguas regionais.
Assim, nunca negligenciando as variações gramaticais da linguagem coloquial atual, a Gramática da Língua Tétum está empenhada em ensinar as estruturas do tétum literário dentro do contexto do cânone lexical tradicional e da reforma linguística em curso.
Público-Alvo
Público em geral.
Autores
Geoffrey Hull
Linguista, etnólogo e historiador australiano, que contribuiu para o estudo das línguas românicas, célticas, eslavas, semitas, austronésias e papuásias. Estudou Letras na Universidade de Sydney, completando um doutoramento em linguística histórica, após pesquisas dialetológicas em Itália e na Suíça. Na sua carreira académica tem ensinado em várias universidades australianas; é também um lexicógrafo profissional e um tradutor que trabalha em mais de uma dúzia de línguas. Atualmente é professor adjunto da Macquarie University, em Sydney. Nos anos 1990 ajudou a Liderança de Timor-Leste no exílio na tarefa de padronização do tétum e na criação de uma gama de recursos linguísticos e literários para esta e outras línguas de Timor-Leste, então sob ocupação indonésia. De 2001 a 2007 foi diretor de pesquisas e publicações do Instituto Nacional de Linguística, a autoridade linguística nacional do Estado independente de Timor-Leste.
Foi também organizador, principal autor e editor do dicionário nacional de tétum. Os seus serviços para o português e as demais línguas de Timor Leste são da maior importância e foram valorizados pelo Governo Português em 2012 com a condecoração de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Lance Eccles